23/07/2012

Única pede corte de impostos ao governo para reverter crise do etanol

O presidente da União da Indústria da Cana-De-Açúcar (Única), Antonio Pádua Rodrigues, defendeu nesta sexta-feira (20), em encontro com representantes do setor sucroenergético em Sertãozinho (SP), a criação de um pacote fiscal para reverter a crise do etanol provocada pelos altos custos de produção nas usinas e pela baixa produtividade de cana nas lavouras.

O presidente da União da Indústria da Cana-De-Açúcar (Única), Antonio Pádua Rodrigues, defendeu nesta sexta-feira (20), em encontro com representantes do setor sucroenergético em Sertãozinho (SP), a criação de um pacote fiscal para reverter a crise do etanol provocada pelos altos custos de produção nas usinas e pela baixa produtividade de cana nas lavouras.

Ele pede uma isenção de impostos similar à que foi aprovada para a gasolina no começo de julho, para que o retorno financeiro às usinas cresça, sem que isso afete a competitividade do produto ao consumidor. "Temos que encontrar junto ao governo federal um modelo que, mantendo-se o preço da gasolina nos patamares atuais, dê condição de estabilidade ao etanol", disse.

O alerta se dá em meio a um momento de baixa remuneração do etanol que decretou o fechamento de 40 usinas nos últimos sete anos em todo o país e repercutiu, por exemplo, nas indústrias metalúrgicas de Sertãozinho, que este ano têm operado 50% abaixo de sua capacidade por conta da queda da demanda por equipamentos.

Além disso, a crise no etanol elevou para 90% o índice de endividamento dos plantadores de cana, segundo Ismael Perina Júnior, presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana). "Você deixou de investir, deixou de adubar, deixou de cuidar. Quando chega diante de uma crise de falta de insumos e problema climático, essa questão fica muito mais forte", disse.

Presente ao encontro em Sertãozinho, o economista da USP de Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves, reforçou que a responsabilidade maior pela crise que afeta os centros de produção é governamental. "70% é culpa do poder público. (...) O agro enche o bolso do Brasil", disse, diante de representantes da cadeia produtiva sucroenergética. 

Fonte: G1

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